No Santa Madalena. 21h. Uns 3 ou 4 da redação mais uns 3 ou 4 da honrosa nano já confirmaram. AP, Ana, Captcha, Aiaiai, Carol, Cam, apareçam. Otimistas, reservamos uma mesa para 10.
E ontem foi o Dia da Sogra e nós deixamos passar em branco. Aproveitando o pique dos últimos posts, segue seleta de frases e um pedido para que nos mandem outras, na caixa de comentários.
Sogra é que nem mandioca: as melhores estão debaixo da terra.
Sogra boa tem só dois dentes: um para abrir a cerveja e o outro para doer.
Nós, aqui na redação deste humilde blogue, enquanto armazém de secos & molhados, aspiramos à imortalidade (aspiramos outras coisas também, mas com preposição só à imortalidade também).
Eis que nos pusemos a pensar se, em mais 35 anos, receberemos homenagens profundas e tocantes como esta.
Aplique seu dinheiro em nossos fundos de investimento
Deu na Inbox:
Um rico fazendeiro casou-se com uma mulher muito pobre. Deu-lhe casa, carro e emprego para os familiares da esposa. Todos ficaram felizes e muito bem de vida.
Um certo dia, a mulher procurou seus familiares e disse:
- Não agüento mais meu marido, vou me separar dele!!
O pai imediatamente indagou:
- Mas minha filha! Ele é um bom homem, te ama, te respeita, não anda com outras mulheres, você mesmo disse que ele é um homem perfeito... Por que isto agora?
E a filha respondeu:
- É que não agüento mais!! Meu marido só quer fazer sexo anal. Não posso me abaixar para pegar nada que lá vem ele. Quando me casei, meu c* parecia uma moeda de dez centavos, agora parece uma moeda de um real.
O pai concluiu:
- Ôôô, minha filha !... Vai arrumar encrenca por causa de noventa
centavos???
Uma das graças de ser pai é que o cidadão pode assistir repetidas vezes ao videozinho aí de cima com a desculpa de que as crianças é que adoram. A sério, como o assunto sói ser tratado, conheci outro dia o Tikitiklip, simplesmente a descoberta musical mais sensacional do ano, uma espécie de Palavra Cantada sem o ranço cabeçóide. Pelo que soube, é um projeto da TV chilena de uns anos atrás utilizando elementos do folclore local. "O-bra pri-ma", como costuma classificar o Joseno –ou Zeno, como é mais conhecido aqui. A direção musical é desses dois sujeitos, cujo site é igualmente batuta. Fuçando ainda mais, descobri que o cidadão encontra todas as músicas do disquinho aqui.
À criança que mora em ou com você, faça o favor de baixar e ouvir agora.
no 'leia mais' a nobre nano e a pobre redação poderão ver uma posição sensata, coisa difíci hodiernamente, sobre essa coisa eco.
recebi pelo e-meio, duma amiga, não sei aonde saiu.
podem, é claro, meter o pau no autor, seja o postante aqui, seja o infra-citado, motivos sempre os há, porém leiam calmamente, pelo menos, por obséquio, pois o assunto veio p/ ficar, feliz ou infelizmente.
essa última condição, a meu ver, iscrusive, depende deveras, e pq. não dizer - pacaraio -, da ação de cada um, e cada vez mais urgentemente.
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Sírio Possenti é um sujeito batuta. É leitura obrigatória semanal no Terra Magazine e autor de uma das frases preferidas deste que vos digita: "A gente escreve errado por várias razões, mas só lê errado quando quer".
Pois bem. Ontem, Sírio reproduziu um trecho da coluna de (perdão, leitores) Barbara Gancia, na Folha, sobre Susan Boyle:
Essa heroína é feia do vale do Eco (feia, feia, feia...), desengonçada, mal ajambrada, seu cabelo parece um poodle fugido de chuva, suas sobrancelhas são um emaranhado de saca-rolhas, seu queixo é multiplex, enfim, ela é do tipo que se candidata a vencer o concurso de mais horrenda da sala a cada vez que adentra o recinto.
Pois muito bem. O autor conclui de forma brilhante e suas razões são outras e mais elegantes. Mas cabe aqui ilustrar o trechinho com uma imagem de (mais perdão, leitores) Barbara Gancia (é a do meio na foto abaixo), e indagar se Freud não explica:
* Como é linda também esta reforma ortográfica, não?
Ninguém comentou, mas eu comento. No vídeo das excelências, abaixo, o riso de nervoso de S.Exa. o ministro Gilmar ao percuciente comentário de S.Exa. o ministro Joaquim ("V.Exa. está destruindo a Justiça brasileira!") é um dos grandes momentos da República.
O sorriso per se rivaliza com o da própria Gioconda. Senão, confira aí.
Um doce pra quem adivinhar a autoria do trecho abaixo (sem googlar, claro):
"Esse negócio de ficar não funciona bem para as mulheres. Não adianta, não é igual. A gente precisa de uma certa sedução, de corte, do processo de conquista. Não pode ser aquele sincericídio horroroso que há no ficar. No meu tempo, não era um convívio tão sem charme. Tinha que ter uma relação emocional com a outra pessoa. A gente construía algo até chegar ao ficar. Não era só em uma balada."
Pra quem reclama do nível que este blogue de vez em quando chega, eis o que se passa na Alta Corte. Eu não me atreveria a tanto por medo dos capangas do Zeno.
Atualizando com a imagem do "herói" abaixo (publicada em setembro de 2007) para lembrar que imprensa não devia ser igual a torcida de futebol. E agora, o que dizer?
-- que filme recente pede duas, três revisões para que se entenda o tiroteio de idéias que ele propõe?
-- que filme recente traz enquadramentos arquitetônicos tão magníficos que fazem a gente pensar que o Antonioni ressuscitou na província de Shanxi, norte da China?
-- que filme recente se propõe a discutir a noção de que o significado de uma cena depende de um quadro de referências instável, que se renova e se refaz, em que a imagem A pode tanto significar o objeto A quanto o objeto B, inclusive à medida que um travelling acontece?
-- que filme recente é capaz de nos oferecer rimas visuais (de temas, de enquadramentos, de locações) a cada cinco, dez minutos, montando um mosaicão em que cada pedaço às vezes ecoa, às vezes alude, às vezes determina recíproca e rigorosamente a posição de um outro pedaço?
-- que filme recente traz tudo isso e ainda encontra tempo para discutir o estado atual do capitalismo chinês, a solidão das grandes cidades, o êxodo do campo, a alienação do trabalho, a incomunicabilidade das pessoas (exponenciada pelo uso do celular) e mais uns dois ou três pitacos debordianos sobre o simulacro, o original, a cópia e outras mumunhas?
Resposta: por enquanto só um, o citado no título do post, dirigido pelo chinês Jia Zhangke (ou Zhang Ke) em 2004, cuja existência e qualidade havíamos suspeitado em conversa anterior aqui no botequim, e que só agora pudemos conferir por descuido da ignorância que deu uma trégua. Dissemos só um mas o número pode aumentar, porque baixamos a filmografia completa do rapaz (nascido em 1970!) e mais pepitas devem rondar por lá. Pra citar frase do queridinho do blog, o crítico Jonathan Rosenbaum, "maybe the biggest achievement of the movie is that it actually lives up to its title".
Nossa modesta contribuição à melhoria do debate educacional brasileiro
Estou com o cabôco Odorico Paraguaçu manifestado e resolvi maltraçar o que se segue: a imprensa escrita, falada, televisionada e, por que não dizer, comprada, há algumas semanas repercute a queda-de-braço do ex-ministro Paulo Renato, aquele que escreve os artigos e os submete antes ao crivo do Bradesco, sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Sugerimos ao ex-ministro então a adoção do Exame Nacional do Ensino Médio Ampliado (Enema), uma solução que mais se aproxima de suas ideias.
E mais uma efeméride, parte II, desta vez sem atravancar a pauta das redações país afora: neste último final de semana o taz, die tageszeitung, comemorou seu trigésimo aniversário.
Principal jornal alternativo alemão, o taz já esteve na pindaíba tantas vezes que é um milagre ainda ser editado. Pra quem vinha das aulinhas de alemão no Goethe (um dos dois únicos lugares em que se ouve a chamada língua culta, segundo o João Ubaldo; o outro é o noticiário televisivo das oito), ler o taz nos anos oitenta era sofrer um bombardeio: a começar pelo cabeçalho, que mudava de cor conforme a orientação política do leitor (o pessoal de esquerda dizia que era vermelho, as feministas, rosa), o jornal era um compêndio do melhor e do pior na cena oposicionista e extra-partidária alemã, incluindo-se aí todas as gírias e modismos que faziam a delícia da rapaziada coturno/casaco de couro/cabelo "briguei com meu barbeiro e ninguém venceu". O mais irritante dos modismos, a mania de grafar o plural das palavras de modo a manter a referência feminista nelas, permanece, a julgar pelas páginas visitadas (ex: trabalhador: Arbeiter; trabalhadores: Arbeiter; trabalhadora: Arbeiterin; trabalhadoras: Arbeiterinnen; plural tradicional, que deveria dar conta dos dois gêneros: Arbeiter; plural moderninho: ArbeiterInnen, com o I maiúsculo chamando a atenção para as mulheres).
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Não sei por que, mas me lembrei da capa do diário O Estado do Maranhão, na fatídica vésperas das eleições de 2006 (procurei mas não consegui o link): na dobra superior uma manchete de fora a fora com direito foto triunfal em 6 ou 8 colunas ("Caravana de Roseana empolga no interior") e, na dobra de baixo, uma foto reduzida do restante dos candidatos acerca do debate promovido pela Globo. O título: "Nada de novo no debate".
Cito de memória, e vi o jornal porque passava em São Luís na data. Nada comparado, no entanto, ao que se viu no Amapá no mesmo período, quando o pai da atual governadora logrou censurar o UOL, entre outras peripécias.
como a gente, os brasileiros, é jeca, a gente, os brasileiros, sempre fala deles, os brasileiros, na 3a. pessoa.
entende...?
como dizia o pelé, falando do edson ou vicioversa.
E interrompemos a nossa notícia para esta importante programação: o cidadão, ou cidadã, já pode levar fumo nos quartos dentro de um motel sem ser incomodado.
O Luis Antonio era de Tatuí. Rolando, do Rio. Ambos já tinham uma carreira como cantores (o primeiro no Biriba Boys, Som Okey e Pigalle, o segundo no Ronnie & Central do Brasil). Encontraram-se em Barcelona, onde o Luis Antonio estava gravando o maravilhoso Brasil Aquarius e Luis Antonio. Mandaram-se para Paris, travestiram-se e emplumaram-se, gravaram três belos discos com o nome de Les Étoiles.
No pacote, o primeiro deles, de 1976: Meu Coração É Um Pandeiro Ou... (56MB), com uma amostra grátis (Chica-Chica-Boom-Chic, 7MB) pra vocês sentirem o pique da dupla.
Perfeito pra curar bode de almoço de Páscoa. [Leia mais!]
"Deixei claro que sabia quem era quem. Que sabia que iriam mostrar lágrimas de crocodilo e depois iriam comer pizza e dormir com seu bagaço (sua amante, na linguagem do futebol)."
Carlos Arini, presidente do recém-rebaixado Guaratinguetá, reclamando da falta de empenho de alguns jogadores na última partida, que decidiu o rebaixamento no Campeonato Paulista.
Foi começar a ziguizira do subprime e eu começar a cantarolar "Brother, Can You Spare a Dime", a canção que marcou a Depressão de 29. Megasucesso em 1932 na voz do Bing Crosby, diz-se (brigaduuuu Ronia Sacy!!!) até que a canção ajudou a eleger presidente o Franklin Roosevelt.
Um dos seus autores, E.Y. "Yip" Harburg, ele mesmo foi vítima da quebradeira. A conselho do seu amigo e ex-colega de escola Ira Gershwin, mudou de ramo. Nas suas palavras: "Larguei essa coisa sonhadora chamada negócios e resolvi fazer uma coisa mais pé-no-chão: escrever letra de música".
Yip deixou dezenas de clássicos, entre eles Over the Rainbow.
Das dezenas de versões gravadas, separei quatro: a clássica, com o Bing Crosby (3,9MB); uma caseira, com o próprio Yip (2,6MB); a mais sentida, com a Odetta e o Dr. John (9,6MB); e a de que gosto mais, com a Abbey Lincoln (11,2MB).
Num pacote à parte, o discaço "Brother Can You Spare A Dime - Songs Of The Depression" (135MB), com diversas orquestras e cantores de quem vocês nunca ouviram falar, tocando os sucessos da época.
Pra abrir o apetite, botei num arquivo separado os scans das capinhas (4MB) -- aí vocês decidem se vale a pena.
"Convidamos você a participar gratuitamente do Grupo CANAL 49 - AÇÃO MENTAL INTERPLANETÁRIA, que recebe, pesquisa e estuda Mensagens e Ensinamentos Científicos e relacionados com os poderes da Mente Humana, transmitidos por Seres Espaciais em missão na Terra, cuja base de pouso e decolagens se situa na Cordilheira dos Andes (Peru).
Dispomos de um vasto acervo acumulado durante mais de 30 anos por um brasileiro que com eles conviveu durante seis meses, muito viu e recebeu, e assumiu o compromisso de divulgar a todos os terrestres tudo o que lhe foi confiado; são ensinamentos de seu interesse e de toda a humanidade."
(Nota da Redação: o brasileiro é o Sorel, aqui da casa).
tava vendo a carrie olhar pro adrian 9eles tinham terminado pq ela traiu ele com o big) no dia da inauguracao do bar dele com o steve. ele fumava do lado de fora. justo ele que np inicio do relacionamento disse que nao poderia ficar com ela pq ela fumava. e lebrava que a assembleia acabou de aprovar a lei que proibe o fumo em lugar publico.
quer saber? eita mundinho babaca que a gente ta criando.
Descobri ontem mais uma efeméride do tipo que atravanca pauta de caderno cultural: exatos cinquenta anos da morte de Raymond Chandler, no dia 26 de março de 1959. Vindas de uma recente leitura de O longo adeus (The Long Goodbye), seguem algumas pepitas de nosso herói, começando por uma das mais famosas:
"Álcool é como amor, ele disse. O primeiro beijo é mágico, o segundo é íntimo, o terceira é rotina. Depois disso, tira-se a roupa da garota."
"Esperou que a porta se fechasse. Depois sentou-se perto de sua pasta, na extremidade oposta de uma mesa de carvalho toda marcada, vinda da Arca de Noé. E Noé comprou-a de segunda mão."
"Era um cara que falava com vírgulas, como um romance pesadão".
"O bar estava enchendo. Algumas garotas semivirgens e alinhadas desfilavam, cantarolando e acenando. O ar começava a respingar 'queridos' e unhas vermelhas."
(Em breve, mais pepitas e uns pitacos sobre traduções e filmes baseados nos romances; sobre a efeméride, uma página bacana está aqui; outra, aqui)
Modesta Proposta Hipopotâmica de Inversão de Sentido
Não sei quanto à nano, mas confesso que a primeira vez que ouvi a expressão pegada ecológica achei que era coisa positiva. Imaginava diálogos como "E aí, e a sua pegada ecológica?", "Rapaz, teve uma vez numa cachoeira em Ilha Bela que...", ou "Não é que eu queira me gambar, mas lá no sertão da Paraíba tem uma cabritinha que até hoje me procura no Facebook", etc. Quando disseram que a minha pegada tinha de diminuir, fiquei chateado, recusei-me até, "Quiéisso, seu moço, mudar o foco, talvez, diminuir nunca!". Bueno, por que entonces não se muda o sentido da expressão, até como homenagem àquela rapaziada tão bem descrita pelo nosso Calasan, comentarista do blog: "Pessoal que abraça árvores, com sandalião de couro, fazendo uns trampos em durepox, assinando e-mails com 'ecoabraços' e levando os netos em pizzarias da Pompéia com um quintalzão no fundo"? Com a mudança, os descritos acima e o restante da população poderiam sair por aí contando vantagens sobre o aumento da pegada ecológica de cada um, numa espécie de "Eu mostro o meu se você mostrar o seu" em versão pós-Protocolo de Kyoto (que, segundo me dizem, is sooo last season; a onda agora é Estocolmo. Ou Oslo. O que só reforça o crescimento da pegada).
Neguinho desavisado vai achar que está na editoria de Iluminuras. Pessoal ao norte do Espírito Santo e a oeste de Sergipe vai começar a botar defeito. O Lama vai mudar seus conceitos sobre a miscigenação com orientais.
O fato é que a Dona Rachael Yamagata (nome é destino, nano) se presta mesmo a esse tipo de confusão. Descobri a moça meio por acaso fim de semana passado. Só tem dois discos: o Happenstance, de 2004, que foi direto pra parada Pop Adulto, e o duplo Elephants - Teeth Sinking Into Heart, do ano passado, que foi merecedor de um Parental Advisory pelo conteúdo explícito para padrões norte-americanos. Nos dois ela compõe, canta e toca - e joga bem nas três posições. Do nível assim da Joni Mitchell, sabem? Nenhum dos dois foi lançado no Brasil. Então, o primeiro está inteiro. Do segundo, separei Elephants (nosso primo próximo) e What If I Live. Vejam aí se vocês também gostam.
ja´nao consigo entrar num supermercado sem ficar meio enjoado. o cheiro de chocolate ao leite na emtrada da loja ja me satisfaz por um ano. vendo faustao descubro que tem ovo de pascoa quadrado ,, o único no mundo! tem uma amiga da prima da minha amiga que tá fazendo ovo de pascoa pra vender, é barato, uma delicia, ela poe um pouco de bebida, nao é pra crianca, né? As de 40 se contentam com 3 bombons trufados numa caizinha bonita e com certificado de origem, as de 20 querem um ovao crocante recheado com mais masi 3 bombons trufados dentro. E as de 30 querem daquels com um brinquedinho dentro, rdondo, de ouro, e com seu nome gravado.
"LULA E A RAINHA
A imagem de Lula ladeando a rainha Elizabeth II com Gordon Brown, tendo ao fundo Barack Obama, na foto oficial do G-20, impactou mais que palavras. (...) Credita-se, no entanto, o destaque na foto à regulamentação montada no governo FHC, que hoje permite ao Brasil ser dos poucos, no mundo, a ter um sistema financeiro saudável".
Os negritos são da colunista. Da partícula apassivadora, nada se sabe.
Meu sogro tem Parkinson. Não dizemos "mal de", aprendemos a dizer "doença". Convive com ela há mais de 15 anos, mas nos últimos cinco perdeu o laivo de vida com qualidade que ainda restava. Já não se move. Muito menos fala. Os músculos rijos há muito lhe roubaram a expressão do rosto, deixando no lugar uma máscara que assusta os estranhos e, pior, faz com que achem que a audição e a lucidez também se foram. Infelizmente, não. Em geral a doença está associada com alguma demência, mas ela ainda não chegou de todo.
Seu derradeiro prazer era comer, mas há mais de ano, porque já não conseguia deglutir sem aspirar para o pulmão, fez uma gastrostomia e nunca mais pôs sequer água na boca. A doença é mais insidiosa do que o relato consegue ser. E só está aqui por uma razão: em uma década de convívio jamais o vi reclamar ou sofrer. Nunca. Um ascetismo que chegava a irritar. Nem por perder a autonomia, por não poder mais estar presente aos encontros de família, nem mesmo por não conseguir segurar os netos no colo. Devia ser a fé no Espiritismo. Uma única vez, anos atrás, numa consulta com o banbanbam em Parkinson em São Paulo, testemunhei seu constrangimento por não poder realizar o que o médico, um burocrata insensível, ordenava que fizesse. Mas era constrangimento, não outra coisa. No fim da consulta deixou escapar num murmúrio quase incompreensível: "É, doutor, só piora". E foi tudo.
Até hoje. Só piorou. Internações em UTI com pneumonia, total dedicação da família e todos, absolutamente todos, os recursos em vão. Cada vez mais a prisão no próprio corpo. Cada vez mais morte em vida. Nem um lamento. Mas hoje, embarcando de volta para o Rio, sendo colocado no assento do carro, ele viu um vizinho, deficiente físico, igualmente de cadeira de rodas, fazer o mesmo sozinho, sem ajuda das cuidadoras que, 24h por dia, são seus braços, pernas, corpo, mente. A imagem de como poderia ser diferente. A saudade do que pode ter sido a última visão das filhas e netos. A consciência de que nada há pela frente, senão mais desse mesmo, na melhor hipótese. Pela primeira vez, em quase 20 anos, ele desatou a chorar.
ERRO NOSSO
Marina Previato, 26, que vai estrear na minissérie (...) que vai ao ar neste ano na TV Cultura, não usou drogas nem fez sexo diante das câmaras, como afirmou a coluna. Ela também não deu nenhuma declaração nesse sentido.
A gente até perde a vontade de ver o programa, né?
"(...) A comissão de Educação do Senado acaba de aprovar ideia [sic] de Romeu Tuma: DJ só poderá comandar festas se tiver diploma".
Pra quem não está ligando o nome à pessoa, o senador Tuma foi o principal dirigente da polícia política em Sampa nas décadas de 70 e 80. Fez muita gente dançar.
Mas o fato é que, fora o preço, o livro 300 discos importantes da música brasileira é bem bacaninha. Como toda peça dessa natureza, dá pra arengar bastante com as escolhas (quer um exemplo? Tem uma cacetada de discos do Kid Abelha, Ira, Titãs, e nenhum do Tamba Trio.)
Legal mesmo foi a iniciativa de um cabra que se diz de Belzonte. Está botando endereços da internet onde você pode achar os 300. Corre lá antes que acabe.
Eu fui convidado e vou. pelas fotos dos eventos around the globe eh quase tudo mulher, o que ainda nao sei se 'e uma vatagem ou desvantagem. o zeno falou que vai tb, mas pediu pra nao contar pra ninguem. argumentei que ia ser dificil esconder o unico hipopotamo pelado de perna fina, mas mesmo assim, pediu segredo, entao, pf, nao contem pra ninguem. A ana vai dizer que vai, mas na hora h vai arrumar um outro compromisso.
Vocês aí já devem saber: no HZ a nano não pede -- implora, se arrasta, se arranha, se agarra nos nossos cabelos, no nosso pijama, enfim, um horror.
É o caso do Serbão, lá nos pagos dele, aguado pra ouvir a Jeanne Moreau cantando "Joanna Francesa", do filme homônimo. Jogo duro. Só saiu no compacto duplo (6245.027 - Phillips - 1973) com a trilha sonora.
A pepita (8MB) foi desencavada pelo meu dileto amigo Sérgio Ximenes, o cara que tem tudo o que ninguém mais tem.
Nosso Redator Chefe anda tão ocupado trocando fraldas (não as dele - ainda) que não teve tempo, ou chance, de linkar alguns blogs muito bons que não sabemos por que raios ainda não estavam na nossa lista aí à esquerda. A eles: