Charlie Parker, 5 anos

Meu amigo Carlos Calado foi quem se encarregou de me dar a boa nova: ontem, 29 de agosto, dia em que o meu neto Orlando completou gloriosos 5 anos, Charlie Parker teria completado 100 – 95 anos de abismos entre os dois.

Entre as obrigações que me dei como avô, a apresentação da música certamente está em um dos primeiríssimos lugares. Com toda a delicadeza que a função exige, já toquei para ele a coleção Disquinhos Infantis (adaptação e letras de Braguinha, arranjos do Radamés e o cast o rádio-teatro da Nacional), Saltimbancos, Carequinha. Por conta própria, ele elegeu “Love Will Keep Us Togheter”, do Captain & Tenille. Ainda sem saber, está se deixando hipnotizar pela trilha sonora das safras antigas da Pantera Cor de Rosa (Henry Mancini) e pela obra completa do Carl Stalling (o homem que inventou o som do Looney Tunes).

Eu fiquei imaginando: quando ele tiver uns 14 anos, uma época boa para ser apresentado ao cabra, será que a moçada ainda terá interesse em bebop?

Se vc é adolescente, para quem Charlie Parker é um nome tão remoto quanto Bix Beiderbecke, ouça uma jam dele mais um punhado craques (Ben Webster, Benny Carter, Johnny Hodges, FlipPhillips, Charlie Shavers, Oscar Peterson, Barney Kessel, Ray Brown e J.C. Heard), gravada em Los Angeles, em julho de 1952, e me diga.

No primeiro comentário, eu me explico.